A UNIVALE Editora – Uma casa aberta ao Autor – celebra a data dedicada ao belo e desafiador ofício da escrita
Por Aurora Miranda Leão
O Dia Nacional do Escritor é fruto da realização do I Festival do Escritor Brasileiro, realizado em 25 de julho de 1960, no Rio de Janeiro, organizado pela União Brasileira de Escritores (UBE).
A escolha da data é um preito à importância social do escritor e da literatura, incentivando a produção e a leitura de obras brasileiras. Além disso, a data impulsiona comemorações em todo o país e funciona como oportunidade para promover reflexão sobre a importância da leitura, o papel do escritor na formação humana, na educação e na preservação da memória cultural.
O Dia Nacional do Escritor é oportunidade para relembrar nomes fundamentais da literatura brasileira, como Machado de Assis, Euclides da Cunha, Guimarães Rosa, Graciliano Ramos, Lima Barreto, Carolina de Jesus, Jorge Amado, Rachel de Queiroz, Érico Veríssimo, Paulo Mendes Campos, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e tantos outros. É também momento para conhecer novas gerações, escolas literárias diferentes e autores contemporâneos, referendando o lustre da leitura e do acesso aos livros.
Celebrar o Dia do Escritor é, portanto, uma forma de autenticar o valor da escrita como engenho de linguagem, abertura ao conhecimento e múltiplas capacidades de expressão.
Um pouco de História
O Dia Nacional do Escritor surgiu por meio de portaria, do então ministro da Educação e Cultura, Pedro Paulo Penido (1904-1967). A escolha da data deve-se ao I Festival do Escritor Brasileiro, evento promovido pela União Brasileira de Escritores (UBE), no Rio de Janeiro, presidida pelo médico e escritor João Peregrino Júnior, tendo Jorge Amado como vice.
João Peregrino Júnior da Rocha Fagundes nasceu em Natal (RN), tendo sido jornalista, médico, contista e ensaísta. Escreveu para os periódicos Gazeta de Notícias, O Jornal, Rio Jornal, O Brasil, A Notícia, Careta, ganhando notoriedade, sobretudo como cronista e colaborador de numerosas revistas literárias e científicas do Brasil e do exterior. Representou o país em diversos conclaves internacionais, como as Comemorações Cervantinas (Espanha, 1946), e os Colóquios Luso-Brasileiros de Lisboa (1958); foi membro do Conselho Federal de Educação, do Conselho Federal de Cultura, titular da Academia Nacional de Medicina e membro da Sociedade Argentina para o Progresso da Medicina Interna, da Academia das Ciências de Lisboa e da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, além de presidente da UBE (União Brasileira de Escritores). Na Academia Brasileira de Letras, exerceu a presidência entre 1956 e 1957.
Portanto, a iniciativa do I Festival do Escritor Brasileiro, que originou a criação do Dia Nacional do Escritor, foi liderada por dois escritores nordestinos, um do Rio Grande do Norte e outro da Bahia.
Importância da data
A data tem relevância para celebrar os profissionais que vivem da escrita – escritores, jornalistas, dramaturgos, poetas, cronistas, contistas, roteiristas, prosadores, letristas, romancistas -, sendo também oportuna para ações valorizadoras da literatura nacional e para o incentivo à leitura de obras brasileiras. Destarte, escolas, bibliotecas, livrarias e editoras costumam aproveitar a data para relembrar os clássicos da literatura e divulgar obras contemporâneas de autores e autoras já consagrados ou de autores
iniciantes.
Portanto, 25 de julho é data para enaltecer o Livro, a Cultura e a rica produção literária do país, e nem é preciso selecionar muito: ler, em qualquer formato (revista, jornal, quadrinhos, fanzine, e-book, clássicos ou livros de bolso), por qualquer dispositivo, qualquer temática, nos mais diversos padrões, é sempre um exercício recomendável, a trazer consigo uma série de benefícios agregados (estimula o raciocínio, melhora a memória e o vocabulário, desenvolve o senso crítico, incita o imaginário, aviva a criatividade, reduz o estresse, promove o aprimoramento cognitivo), sendo ainda excelente ocasião para resgatar autoras e autores caídos no esquecimento, mas que merecem, seja por questões estéticas, históricas ou quaisquer outras, o reconhecimento nacional.
“Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar!”
*Rubem Alves, escritor, teólogo e psicanalista mineiro