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Dia de Cora Coralina, a Poeta que ensinou a remover pedras, plantar roseiras e fazer doces...

20 agosto, 2025

*Aurora Miranda Leão

Hoje, 20 de agosto, é dia de celebrar uma das mais queridas e sensíveis escritoras do país: a poeta goiana Cora Coralina.

        Nascida em 1889, na cidade de Goiás - que virou ponto turístico para quem anualmente vai a cidade histórica saber mais sobre sua grande expressão cultural -, Cora nasceu Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, e adotou o pseudônimo, aos 14 anos, para não ser confundida com as muitas “Aninhas”, suas conterrâneas.

       Mesmo tendo cursado apenas o primário, Anna Lins exercitou o hábito de escrever desde a adolescência, mas o primeiro livro só foi publicado em junho de 1965, “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, aos 76 anos.

              Viveu 45 anos no interior paulista, sempre colaborando com periódicos locais. Convidada a participar da Semana de Arte Moderna de 1922, não o fez porque o marido não permitiu. Tipo de coisa corriqueira naqueles tempos idos.

           A escritora passou então a viver cada vez mais voltado para a vida em família, porém nunca largou o hábito da leitura e o prazer de escrever. Sua cotidianidade era criar contos, poetizar, participar de ciclos literários e registrar receitas de doces.

        Doceira por convicção e escritora por vocação, regressa à terra natal em 1956, e passa a reproduzir em prosa e verso a época e os costumes locais. Torna-se Membro da Academia Feminina de Letras de Goiás (1970) e, passados onze anos, é homenageada com o Troféu Jaburu pelo Conselho de Cultura de Goiás. É a primeira escritora premiada pela União Brasileira dos Escritores com o Troféu Juca Pato, em 1983. Nesse mesmo ano, ao publicar “Vintém de Cobre”, recebe da Universidade de Goiás o título de Doutor Honoris Causa. 

          O reconhecimento nacional à sua aptidão e talento literário veio pela sensibilidade do poeta Carlos Drummond de Andrade, quando ela já contava 91. Foi o poeta mineiro quem nela percebeu uma escritora dotada de singular delicadeza e vivência poética do Brasil Central.  A partir de então, a doceira D. Aninha da Casa da Ponte passa a ser prestigiada por seus conterrâneos e Cora Coralina assume o merecido destaque na arte literária e na cultura do Brasil.  

          A cidade onde Cora nasceu tornou-se Goiás Velho e é tombada como Patrimônio Cultural do Brasil pelo Iphan e como Patrimônio Mundial pela Unesco. Amigos e familiares criaram a “Associação Casa de Cora Coralina”, mantenedora do “Museu Casa de Cora Coralina”, inaugurado em 2001, tendo como principal objetivo difundir, preservar e valorizar a obra d e CORA CORALINA e a identidade sociocultural do povo de Goiás.

*Saiba mais: leia o belo texto da profa Arilda Riani, doutora em Literatura pela UERJ, no site “Literatura é bom pra vista”.           

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