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Mulheres em Foco

14 abril, 2025

I Jornada Delas celebra o mês da mulher abordando o protagonismo feminino

Biara Rocha Genelhú Leandro

O protagonismo feminino tem conquistado cada vez mais espaço ao longo dos anos, impulsionado pelo movimento feminista e pelo desejo das mulheres de serem mais valorizadas e empoderadas na sociedade. Essa luta tem sido fundamental para a ocupação de posições de liderança, tanto no mercado de trabalho quanto na vida pessoal. No entanto, o machismo estrutural, historicamente responsável por marginalizar as mulheres, ainda persiste como um obstáculo para o avanço da equidade de gênero.

Diante desse cenário, iniciativas como o livro “Caminhos para o Protagonismo Feminino”, da professora Dra. Luciana Panke, e o evento “Jornada Delas”, organizado pela UNIVALE Editora, tornam-se essenciais. Ao conhecer as trajetórias de mulheres que enfrentaram desafios para ocupar seus espaços, outras podem se inspirar e encontrar representatividade. Esse debate, portanto, vai além do ambiente acadêmico, devendo ser ampliado para diferentes setores da sociedade, uma vez que impacta diretamente a vida pessoal e profissional das mulheres.

Desafios e interseções

A interseccionalidade também se apresenta como um aspecto fundamental nessa discussão. A disciplina Gêneros, Identidades, Etnias e Mídia, dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da UNIVALE, aborda como diferentes aspectos sociais afetam a vivência das mulheres. Mulheres negras, indígenas, trans, de baixa renda e LGBTQIA+ enfrentam desafios ainda mais intensos devido aos preconceitos estruturais. A sociedade machista e desigual vê essas identidades como agravantes, tornando a ascensão feminina ainda mais difícil.

No evento Jornada Delas, por exemplo, foi discutido como mulheres negras enfrentam não apenas o machismo, mas também o racismo, especialmente no mercado de trabalho. A dificuldade na contratação e a sub-representação em cargos de liderança são reflexos dessa desigualdade. Pesquisas demonstram que, para um mesmo cargo, os salários seguem uma hierarquia injusta: homens brancos recebem os maiores salários, seguidos por homens negros, mulheres brancas e, por último, mulheres negras, que, mesmo tendo qualificação, são as mais prejudicadas e mal remuneradas.

Outro grupo marginalizado são as mulheres trans, que enfrentam não apenas a exclusão no mercado de trabalho, mas também dificuldades na vida social e no acesso a direitos básicos, como saúde e educação. Muitas vezes, sequer são reconhecidas em suas identidades de gênero, sendo alvo de preconceito e violência.

Posturas plurais

Diante dessas desigualdades, o feminismo interseccional se torna indispensável. Não basta abordar apenas a questão de gênero; é fundamental considerar raça, classe social e outras desigualdades para garantir que as conquistas da luta feminista cheguem a todas as mulheres. A multiplicidade de opressões exige um feminismo plural e inclusivo, que contemple as diferentes realidades vividas por grupos femininos distintos.

Enquanto algumas mulheres lutam apenas pela equidade salarial, outras enfrentam dificuldades de acesso à educação, além da invisibilidade social. A necessidade de um feminismo que não seja universalista se torna evidente, pois, embora avanços tenham sido conquistados, muitas mulheres continuam excluídas dos espaços de poder. Para que a mudança seja efetiva, é essencial que haja um senso de coletividade e sororidade, a fim de que mulheres mais privilegiadas se engajem na luta por aquelas que ainda enfrentam maiores barreiras.

A mídia e a cultura também desempenham um papel crucial nessa transformação. A visibilidade que os meios de comunicação proporcionam ao protagonismo feminino reflete-se diretamente na representatividade e na inspiração para novas gerações. O audiovisual, por exemplo, tem o poder de sugerir padrões e referências, sendo um elemento fundamental na construção de imaginários coletivos.

Mais caminhos e menos barreiras

A falta de diversidade ainda é um problema recorrente. Mulheres negras, indígenas, trans e periféricas são sub-representadas ou estereotipadas, o que reforça preconceitos e limita as possibilidades de identificação. Para que a mídia cumpra seu papel de forma eficaz, é necessário diversificar narrativas, abrir espaço para que mulheres contem suas histórias e garantir que sejam, de fato, protagonistas.

O livro “Caminhos para o Protagonismo Feminino” e o evento “Jornada Delas” são exemplos de como é possível dar voz a mulheres que desafiaram barreiras para conquistar seus espaços, tanto na vida profissional quanto na pessoal. Cada história apresentada serve como inspiração para que mais mulheres se sintam capazes de ocupar seus lugares na sociedade, independentemente de suas particularidades e desafios.

Portanto, para que o protagonismo feminino seja uma realidade para todas, é preciso ampliar as discussões sobre interseccionalidade, garantir maior diversidade na mídia e fortalecer redes de apoio entre as mulheres. Apenas assim será possível avançar na luta pela equidade e transformar o cenário atual em um espaço mais justo e inclusivo para todas.

Crédito das fotos: Osias de Oliveira Júnior

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// Assista ao episódio do programa Ed. Pesquisa, da UNIVALE TV, com a professora Luciana Panke: 

Quais os caminhos para o protagonismo feminino? | Ed. Pesquisa, com Luciana Panke #09

// O programa UNI360°, da UNIVALE TV, traz um diálogo entre as professoras Deborah Vieira e Luciana Panke:

Quais são os caminhos para o Protagonismo Feminino? | UNI360° #07

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