*Aurora Miranda Leão
Hoje, 25 de setembro, é o Dia Nacional do Rádio. A data foi oficializada em janeiro deste ano e foi criada para rememorar o nascimento de Edgar Roquette-Pinto, o “Pai da Radiodifusão”.
Nascido no Rio de Janeiro, o comunicador teve papel decisivo na implantação e disseminação do rádio no país: médico, professor, escritor, antropólogo, etnólogo e ensaísta, Roquette-Pinto fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923. Em 1936, a emissora foi doada ao Ministério de Educação e passou a ser chamada de Rádio MEC, sendo até hoje uma das mais ouvidas na capital carioca.
Médico, professor, escritor, antropólogo, etnólogo e ensaísta, Roquette-Pinto fundou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, posteriormente denominada Rádio MEC (pois foi doada ao Ministério da Educação em 1936).
Presença e Importância
A primeira transmissão de Rádio no Brasil aconteceu em 7 de setembro de 1922, por ocasião do centenário da Independência. Uma estação de rádio foi instalada no Corcovado para emitir o discurso do presidente da República, Epitácio Pessoa. Ano seguinte, deu-se a fundação da primeira emissora do país, conforme citado anteriormente.
Foi Roberto Landell de Moura (1861-1928), padre e cientista gaúcho, o primeiro a realizar experiências semelhantes às do cientista e inventor italiano Guglielmo (Guilherme) Marconi, antes dele, que patenteou o invento no início do século 20. Landell esteve nos Estados Unidos entre 1901 e 1904 e patenteou alguns inventos, dentre os quais um "transmissor de ondas" ou "transmissor fonético a distância", posteriormente conhecido como rádio.
Como a patente do padre Landell era limitada e perdeu a validade, o italiano levou a fama de “criador”.
Além de continuar prestigiado pelo público, o rádio é uma "cachaça" para quem faz...
Precursor da TV
O RÁDIO foi o primeiro grande veículo de comunicação de massas. O rádio passou a fazer parte do cotidiano da população desde que surgiu, sempre recebendo imensa aprovação. É a ele que “devemos” os primeiros profissionais de TV e até mesmo os programas televisivos pioneiros. Assim como a “Escolinha do Professor Raimundo”[1] – sucesso na TV nos anos de 1990 com o ator, escritor, compositor e excepcional humorista cearense, Chico Anysio, foi primeiro veiculado como atração no rádio (de 1952 a 1957) -, as telenovelas são herdeiras das populares radionovelas, que tinham público cativo e abriram caminho para o sucesso imenso que as narrativas teledramatúrgicas alcançaram no Brasil.
Os primeiros aparelhos de rádio eram grandes caixotes de madeira, como esse da foto. Valiam-se de válvulas e operavam ligados a uma tomada. O avanço da tecnologia possibilitou que fossem sendo criados outros tipos, menores e mais leves, funcionando com pilhas.
A televisão trouxe o acréscimo fenomenal da imagem (enquanto para acompanhar os programas de rádio, era necessário que o ouvinte criasse suas próprias imagens através da imaginação).
E nem carece dizer: quando a TV surgiu, os arautos da finitude logo correram a decretar que seria “o fim do rádio”. E todos sabemos: o rádio continua tão vivo que permanece companheiro dos trabalhadores na roça e mesmo do torcedor que vai ao estádio, porém não quer perder um segundo da performance do seu time, e leva seu radinho no bolso para ouvir a locução.
O rádio tem tamanho alcance que suas audições acontecem, cada vez mais, em transversais bonitas a unir, hoje, a produção de emissoras espalhadas por todo o país – com imensa audiência nas cidades interioranas – e a realização de podcasts (como exemplo, citamos o Lumie Show[2], criado e produzido pelo designer Gabriel Lorentz, estudante da Univale, que faz a apresentação com Elivelton Lucas (ambos são graduandos de Publicidade), exibido com constância na UNIVALE TV). Afinal, a internet taí possibilitando isso.
Pela web, é possível ouvir emissoras do mundo inteiro, basta pesquisar o que se quer ouvir. O sucesso do veículo reside no fato de que ele pode estar em todo lugar, a qualquer hora e é de acesso gratuito, chegando tanto em zonas urbanas quanto rurais.
O pioneiro Roquette-Pinto na inauguração da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923.
Portanto, quem apostou na morte do rádio é primo-irmão de quem sentenciou o desenlace do livro; dos que, de tempos em tempos, declaram que o teatro está morto; dos que alardeiam o esgotamento do cinema e argumentam sobre o passamento da telenovela. No entanto, cada um desses meios continua cada vez mais vivo e cativado por públicos das mais variadas idades, classes sociais e nível de instrução.
Seja nas centenas de livrarias e bibliotecas pessoais, seja nas muitas salas de cinema, festivais e mostras audiovisuais que acontecem constantemente (ainda bem) nos mais diversos cenários; nas novelas que se ampliam com a visibilidade possibilitada pelas redes sociais, criando uma interação volumosa nos ambientes virtuais, o RÁDIO também segue firme e forte, e vivo seguirá, enquanto o ser humano existir e gostar de se comunicar.
Por isso, neste 25 de setembro, a UNIVALE Editora saúda o Rádio, seus muitos ouvintes e os profissionais da área, responsáveis por realizar um trabalho importantíssimo e tantas vezes esquecido, maldivulgado e pouco lembrado quando se fala em Comunicação.
Saiba mais: https://www.gov.br/mcom/pt-br/noticias/2021/setembro/radio-no-brasil-ha-mais-de-100-anos-criando-e-contando-historias
[1] Em 1990, estreou como um programa independente na Globo e tornou-se um clássico da televisão no país.
[2] Para conhecer o Podcast LUMIE SHOW, acesse o YOUTUBE DA UNIVALE TV: https://www.youtube.com/watch?v=NrbVBpFBke0&list=PL881YEUgB2qtawCIi7xwo-LjWx0IZeDaY