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Dia do Folclore, festa da Cultura Popular

22 agosto, 2025

*Aurora Miranda Leão

Coisa mais linda de se ver

Dia do Folclore

Irmão gêmeo

Da cultura popular

Tem dia que é de dois

Bem marcado

No agosto 22

Para lembrar

Toda vez

de se irmanar

Com o saber

Popular

Roupa típica da dança do Cacuriá, expressão da cultura do Maranhão (Foto: AML)

Não esquecer

Dia sim, noite também

De postar, espalhar

Curtir, celebrar

Compartilhar

Cantar, ofertar

Comungar

O Bom, o Bem, o Belo

Com a gente

Do povo

Aprender

Saudar, Festejar

Cantigas, toadas

Vida na roça

Modas de viola

Versos, trovas

Lendas, cirandas

Marchinhas, fanfarras

Quadrinhas, algazarras

Sextilhas, ladainhas

Provérbios, Contos

De fadas, bruxas e anões

Toda gente cabe

Numa ruma de criação

Cocada, cuscuz, pirão

Feijão tropeiro, maniçoba

Sururu, tapioca

Pamonha, arroz de cuxá

Tudo resplandece

Quando no fogão

De qualquer sertão

A lenha apetece

Tem paçoca, vatapá, canjica

Baião, de dois ou de três

Que sempre cabe mais um

Depende do gosto do freguês

Mungunzá, alfinin, poesia

Mariola, tareco e chegadin

Conjugando o melhor tom

Da rotina cheia de som

Xilogravura de Valdério Costa, natural de Natal e residente em Brasília (Foto do artista).

Agosto natural

Mês arretado

De coisa boa acelerado

Tempo de nutrir

Importância

Entreter, divertir

Regozijar

Com quem faz

Da luta diária

Do suor matutino

E das pelejas

Duras, sofridas

Inquietantes

Desapontadas

Acabrunhantes

Alavanca de luta

Motor de coragem

Pra resistir

Insistir, persistir

Sonhar, reinventar, sorrir

Mais adiante

Agosto 22

Data é pra celebrar

O saber, as perícias

O drible, as espertezas

Que do povo vem

E para o todo vai

Dia de saudar

O miolo bonito

O vigor verdejante

Severino, audaz

Guerreiro, formoso

Alegre, contumaz

Que da Cultura

Do Brasil faz

Celeiro farto, engenhoso

De muitas vertentes

Cores vibrantes

Nuances anis, estimulantes

Rima de bendizer

Verso de louvar

Toda forma de Amar

Qualquer jeito

De cantar

Porque fácil

Quase nunca é

Exige coragem

Requer pulso forte

Astúcia e destemor

A lida tribulosa

Por todo canto

Produzindo aura nervosa

Porém não é

De bestança nem fraquejada

Porto seguro nem vida amuada

Que se faz um homem

Forte, lutador

Uma mulher ousada

Um caba valente

Ou um cidadão de sorte

É nas agruras

Do dia a dia

Nas contendas

De cada tribulação

Nas orações ao Padim

Ou nas bênçãos

Da Virgem Maria

Que a gente sofrida

Obstinada, perseverante

Encontra o rumo

Apronta o prumo

Descobre a lição

Escondida

Em cada novo

Amanhecer

E segue em frente

Munida de fibra

Tracejada de fortaleza

Ainda esteja o coração

Aperriado, maltratado

Enxovalhado

De paixão acelerado

Porém animoso

Sábio e confiante

Pois seguro de que

Aquele que tem fé

Sustança e bom motivo

Nunca está sozinho

Nem é um pobrezinho

Tem sempre um bom protetor

Andando a seu lado

Cuidando do rededor

Pra tudo terminar

Airoso, linheiro

Fermento gracioso

Que logo transformado será

Em cordel pra xilo lapidar

Em cantarola de aprumar

Ou história de ninar

Feito madeira de Jacarandá

Ou terra forte de Jequitibá

Festival de Cultura Popular em Ouro Preto, setembro 2024 (Foto: Helton Nóbrega).

O Dia do Folclore é comemorado no Brasil a cada 22 de agosto. A data foi oficializada por um decreto federal em 1965, objetivando manter viva a potência das manifestações culturais, contribuindo para preservar a tradição e estimular a valorização do patrimônio da sabedoria popular, na qual somam lendas, cantigas, contos, sonoridades, rítmicas, costumes, doces, pratos típicos, figurinos, danças e músicas, provenientes e características para a população de variados lugares do Brasil. Cada estado tem suas expressões peculiares, muitas em clara dialogia umas com as outras - como é o caso da ciranda, do jongo, do maracatu, das congadas e tantos outros.

A data coincide com a primeira vez na qual a palavra "folclore" foi usada, marcando a importância da literatura popular e do registro de histórias tradicionais, nas quais figuram seres que habitam o imaginário nacional, como o Saci-Pererê, a Iara, o Curupira e a Cuca, e também personagens da dramaturgia, como Chicó e João Grilo ("Auto da Compadecida"); Timbó e Sababodó ("Mar do sertão" e "No rancho fundo"); Nezinho do Jegue, Zeca Diabo e Odorico Paraguaçu ("O bem-amado"); Carminha ("Avenida Brasil"); Nazaré ("Senhora do destino"); e ainda a Mulher da perna cabeluda, o Homem da Meia-Noite, os papangus, figuras típicas dos carnavais de rua de outrora, etc. Cada pessoa guarda pelo menos um desses na lembrança. 

O termo Folclore foi criado pelo pesquisador britânico William John Thoms em 1846, unindo as palavras inglesas "Folk" (povo) e "Lore" (saber, conhecimento). 

Saiba mais: https://oglobo.globo.com/brasil/noticia/2024/08/22/dia-do-folclore-saiba-qual-e-a-origem-e-o-significado-da-data.ghtml

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