Fazendo Prosa em Cuba

Na gostosa leitura de Fazendo Prosa em Cuba, podemos acompanhar fragmentos do período em que, vivendo em Cuba, Maria Luiza, Para além de seus estudos acadêmicos, faz um trajetória de passagem de menina a mulher e da mulher, a cada instante, revisita seu ser de menina em busca de referências e raízes, como que para confirmar as suas certezas. Cumprindo uma função literária, sua narrativa nos convida a acompanha-la nas ruas da terra estrangeira e no encontro com esse “estranho familiar” que habita todos nós deixando-nos às voltas com os paradoxos do existir humano quando vida e morte, alegria e dor, medo e coragem podem ser experimentados num só tempo e não se excluem. Ao contrário, alargam nosso existir. Na lida com tantos arroubos faz-nos crer que só o que é experimentado nos pertence de fato. E na “convalescência” das feridas deixadas pelos arroubos, como que me invocando o mesmo pedido de que Adélia Prado já fez um dia (“Meu Deus… me cura de ser grande”), recorre às suas raízes. E, a cada reviravolta da sua experiência do estrangeiro, é a beleza que vem do som e das imagens da casa materna que a confortam e fortalecem, permitindo que os medos, aflições e angústias sejam vencidos com e pelo amor. Em toda a sua narrativa fica marcada seu olhar de ternura.