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*Aurora Miranda Leão
O Festival Caju de Leitores dá largada amanhã para sua 4ª edição, que prossegue até sexta na Oca Tururim, situada no Centro Cultural Indígena Pataxó da Aldeia Xandó, Território Indígena Barra Velha, vizinha da Vila de Caraíva, em Porto Seguro (BA). Com o tema "A Voz da Terra", o festival, considerado o primeiro de literatura indígena do Brasil, entra para o calendário oficial de Porto Seguro (BA).
Festival Caju abre setembro celebrando literatura indígena em Porto Seguro (Divulgação)
A programação do Caju inclui contação de histórias, apresentações artísticas, varal literário, feira de livros, rodas de conversa com escritores, contadores de histórias, lideranças indígenas, artistas da comunidade e pesquisadores da literatura indígena de diferentes regiões do país.
O escritor Sairi Pataxó, liderança do povo Pataxó, será o anfitrião das personalidades indígenas convidadas pelos curadores Trudruá Macuxi, escritora, pesquisadora e doutora em Teoria da Literatura pela PUC-RS, e Edson Kayapó, escritor, historiador, pesquisador e doutor em Educação pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA).
Entre os convidados desta edição, autores, educadores, lideranças e pensadores indígenas, como Auritha Tabajara, Ajurú Pataxó, Aline Kayapó, Gabriela Rodella, Liça Pataxoop, Lucia Tucuju, Marcos Terena, Nitxinawã Pataxó, Thaiz Pataxó, Thyrry Yatsô, Vãngri Kaingang e Yamalui Kuikuro.
Pelo segundo ano consecutivo, o artista Tucunã Pataxó assina a identidade visual do Festival Caju de Leitores. A criação foi inspirada em uma oficina de arte realizada com estudantes do 7º ano da Escola Indígena Pataxó Xandó. A partir dessa troca de saberes e expressões criativas, surgiu o conceito visual desta edição. O desenho do estudante Carlos Augusto Ferreira Cardoso, 13, deu origem às artes que ilustram o festival.
Este ano, a Escola Indígena Pataxó Xandó protagoniza novamente o papel central na acolhida dos participantes do Festival CAJU de Leitores, recebendo escolas de diversas aldeias da região, bem como instituições de ensino superior universitário do município.
Com a inclusão oficial do Festival Caju no calendário da Educação de Porto Seguro, espera-se também a participação ampliada de escolas não indígenas, fortalecendo os vínculos entre saberes tradicionais e acadêmicos e promovendo uma vivência plural da literatura indígena entre estudantes de diferentes origens.
Haverá dois palcos montados dentro do Centro Cultural Indígena Oca Tururim: o Palco Maria Coruja e o Palco Cacique Sabará, ambos nomeados em homenagem a lideranças indígenas vivas e atuantes na comunidade. Nesses espaços, serão realizadas as principais atividades da programação, como bate-papos com estudantes e educadores, apresentações culturais e artísticas, lançamentos de livros, mesas de autógrafos, saraus, feira de livros e artesanato, além de um varal com obras de autores indígenas.
O festival também exibirá trabalhos do artista Valdemy Sisnande, e incluirá apresentações musicais e rituais dos povos originários, promovendo uma vivência sensível e plural da literatura e cultura indígenas.
O Festival Caju de Leitores é uma realização da Savá Cultural, com apoio do Ministério da Cultura e do Governo Federal do Brasil – União e Reconstrução. Conta com patrocínio via Lei Rouanet da Neoenergia Coelba, Instituto Neoenergia e Itaú Unibanco. Tem apoio institucional da Secretaria Municipal de Turismo e superintendência de Cultura de Porto Seguro e parceria acadêmica da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). A iniciativa também é fortalecida por uma rede de parceiros locais, incluindo pousadas, comércios, instituições comunitárias e escolas da região, que colaboram para tornar o festival uma experiência plural e enraizada no território.
O Festival Caju é gratuito, acontece das 9h às 18h e tem classificação Livre. Você pode acompanhar a programação pelas redes sociais do Caju (@cajuleitores).
Para saber mais, acesse (www.cajuleitores.com.br)
